A região amazônica abriga hoje um elevado número de comunidades tradicionais dispersas ao longo dos rios, igarapés e interior da floresta, além das imediações das cidades. Perfazem um universo único com características partilhadas como a geografia, meio ambiente e certos padrões culturais. Por outro lado, possuem marcadores distintos socioculturais, linguísticos e de desenvolvimento político.
Estima-se uma população de 16 milhões de habitantes no Norte do país em 2012 e mais de 35 mil comunidades tradicionais na Amazônia legal (IBGE, 2010). Em relação à presença evangélica, diversas cidades de estados situados na Amazônia abrigam um bom índice de presença evangélica, e crescentes igrejas, devido ao forte apelo missionário que a região proporcionou nas últimas décadas recebendo, assim, uma boa força missionária tanto do Brasil como do exterior.
Apesar da crescente evangelização em áreas urbanas e fortes igrejas no Norte envolvidas com o trabalho em comunidades tradicionais, a realidade do interior é distinta, e a distância das cidades é proporcional à escassez do evangelho e de ações sociais. A barreira natural da floresta e rios, e a barreira sociocultural dos povos indígenas, continuam se impondo diante das ações da Igreja.
Igualmente, estima-se entre 5 mil e 17 mil comunidades ainda não evangelizadas ou sem presença de uma igreja evangélica na região Norte. Também 121 etnias indígenas ainda pouco ou não evangelizadas em todo o Brasil, sendo 75% localizadas no Norte do país (DAI-AMTB 2010). As estimativas sobre as comunidades tradicionais conhecidas como “ribeirinhas”, entretanto, são gerais e sem direcionamento geográfico e/ou estratégico. A ausência de dados concretos quanto à quantidade e localização das comunidades não evangelizadas e mais carentes socialmente tem gerado duplicidade de ações, negligência de áreas mais necessitadas e ausência de uma boa estratégia de trabalho.
O presente projeto de pesquisa entre comunidades tradicionais na Amazônia, denominado de Fronteiras, foi desenvolvido com o objetivo de identificar e mensurar as áreas menos evangelizadas e com maior carência social na região amazônica, bem como fomentar as ações missionárias em sua direção.
O recorte de trabalho de pesquisa será o Estado do Amazonas.